Terceirizados de refeições coletivas em Cubatão iniciam campanha salarial de junho
Fonte: Assessoria de imprensa do Sintercub
Os 2.500 homens e mulheres (estas em maioria) representados pelo sindicato dos trabalhadores nas empresas de refeições coletivas da baixada santista e litoral (Sintercub) iniciarão campanha salarial nesta quinta-feira (5).
Com data-base em junho, eles participarão de assembleia, às 18 horas, na sede da Rua Bernardino de Pinho Gomes, 741, Jardim São Francisco, Cubatão, para definir as reivindicações ao sindicato patronal Sinderc.
A campanha salarial engloba 15 sindicatos filiados à federação dos trabalhadores nas empresas de refeições coletivas e de merenda escolar do estado de São Paulo (Fetercesp).
“Temos que ampliar a participação da categoria nas assembleias da campanha salarial, para evitar prejuízos em direitos previstos na reforma trabalhista”, diz o presidente do sindicato, Abenésio dos Santos.
“Vamos debater, construir e aprovar a pauta de reivindicações para a data-base. Todos os trabalhadores e trabalhadoras devem participar, para saber como serão as negociações. E cada um de nós pode apresentar uma ou mais reivindicações. Assim, teremos uma pauta representativa”, diz o sindicalista.
A garantia dos direitos como convênio médico, cesta-básica e outros benefícios da convenção coletiva de trabalho, segundo ele, será o principal ponto da luta deste ano.
“Se não lutarmos organizadamente, os patrões tentarão acabar com direitos que conquistamos em anos e anos de seguidas lutas, com muito empenho e determinação”, pondera Abenésio.
Reforma trabalhista
Para ele, “a reforma trabalhista foi boa apenas para os empresários. Ela permite que eles revoguem nossos direitos. Imagine, por exemplo, que um dele queira dividir o período de férias. Agora, a lei permite”.
“Com isso, o trabalhador não tem mais direito de agendar seu descanso anual de 30 dias. Não pode marcar uma viagem com a família ou apenas descansar em paz, na sua casa”.
“Mas, se estiver na convenção coletiva que as férias continuarão sendo de 30 dias, a empresa em que você trabalha não poderá dividir o seu período de férias. Por isso é importante a campanha salarial”, questiona.
“Essa reforma foi feita por um governo canalha, a serviço do capital canalha e aprovada por canalhas no congresso nacional. Cabe a nós escrevermos um bom acordo coletivo.”
“Ninguém mais tem dúvida que o governo federal e a maioria dos deputados e senadores aprovaram a reforma trabalhista para surrupiar os diretos coletivos e individuais dos trabalhadores.”
Na prática
Ele cita um exemplo: a empresa demite o empregado, deposita a rescisão com atraso e entra na multa do artigo 477 da ‘clt’. Teoricamente, ela tem que pagar essa multa.
“No momento da homologação, a multa tem que estar no termo de rescisão. Mas digamos que a multa não esteja na rescisão. Você acha que a empresa vai ‘lembrar’ de pagar?”, pergunta.
E responde: “Claro que não. A empresa só paga quando a homologação é feita no sindicato. Isso porque o sindicato confere tudo que está sendo pago ao trabalhador. Caso contrário, o sindicato faz a ressalva de dez dias”.
Mas, com base na reforma trabalhista, a empresa Cheff Grill, que serve merenda escolar em Peruíbe, demitiu umas funcionárias e fez as homologações na calada da noite, sem a presença do sindicato.
“Sabe o que aconteceu”? Não pagou a multa dos 40% do ‘fgts’. As trabalhadoras foram à caixa econômica (Cef) e, lá chegando, viram que não havia depósito algum.
“Avisado, o sindicato já começou a tomar todas as providências. Por isso, temos que estar juntos, unidos e fortes, no sindicato, para combater as injustiças”.