Sintracomos sugere greve de empregados diretos e indiretos da RPBC Cubatão
Fonte: Assessoria de Imprensa do Sintracomos
“Será preciso paralisar todo o polo industrial de Cubatão para que os trabalhadores celetistas e terceirizados não voltem à condição análoga à de escravos? Se preciso, pararemos.”
A declaração é do presidente do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial (Sintracomos), ‘Macaé’ Marcos Braz de Oliveira.
Ele participou, na manhã desta segunda-feira (19), de protesto, diante da refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (Rpbc), junto com sindicalistas de outras categorias.
Eles atrasaram em quase duas horas a entrada de aproximadamente dois mil trabalhadores diretos e indiretos na unidade da Petrobras, para falar sobre conjuntura e problemas específicos.
Além do Sintracomos, participaram do ato representantes do Sindipetro, Assojubs, Sindserv, Intersindical, Frente sindical e comissão de desempregados de Cubatão.
A reforma da previdência foi o pretexto para a manifestação. Os dirigentes falaram aos trabalhadores sobre os malefícios da medida, que está para ser votada no congresso nacional.
Os sindicalistas convocaram os empregados da Rpbc e das empreiteiras a participarem de ato público, às 18 horas de hoje (19), na praça independência, em Santos, contra a reforma.
Sem resposta
Outro assunto de destaque na manifestação desta manhã, que motivou Macaé a cogitar a paralisação do polo industrial, foi a recusa da gerência da Rpbc em conversar sobre vários problemas .
Segundo ele, os empregados diretos da refinaria e os terceirizados “vêm enfrentando péssimas condições de trabalho e de remuneração. A Petrobras e as contratadas não respeitam mais ninguém”.
Macaé pondera que a direção do Sintracomos e do Sindipetro, que representam, respectivamente, os terceirizados e os empregados diretos da refinaria, “praticamente não existem para a Rpbc”.
“Estamos há semanas tentando negociar sobre diversos problemas, mas somos simplesmente ignorados”, reclama o dirigente do Sintracomos. “Reagiremos, com certeza”, ameaça.
Macaé explica que, “se aproveitando da reforma trabalhista, as empreiteiras impuseram condições de trabalho e remuneração incompatíveis com a importância dos trabalhadores”.
Escravos
“Daqui a pouco, chegará o momento de trabalharmos praticamente de graça, em troca de miséria para o pão seco, enquanto nossas riquezas são dadas de mão beijadas a potências estrangeiras”, diz.
O sindicalista critica a “política de retalhamento da Petrobras, para venda a empresas norte-americanas, europeias e até chinesas, quando a estatal pertence ao povo brasileiro”.
“Além de pagar a segunda gasolina mais cara entre os países produtores de petróleo, perdendo apenas para a Noruega, os trabalhadores do setor são tratados como escravos. Está na hora do basta”, diz Macaé.
Ele defende que os sindicatos se reúnam para marcar uma greve dos trabalhadores diretos e indiretos da Petrobras “o quanto antes. Precisamos ser ouvidos e isso só acontece no silêncio da paralisação”.